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Principal Vetor da Malária no Brasil

  • Foto do escritor: RADAM
    RADAM
  • 21 de set. de 2021
  • 2 min de leitura

Atualizado: 30 de dez. de 2021

Anopheles darlingi

Esta espécie é considerada o principal vetor da malária no Brasil, é encontrada em áreas de baixas altitudes, quase sempre associado aos grandes cursos d'água e florestas do interior, mas ocorre também no litoral. Está amplamente distribuído no território sul-americano a leste dos Andes, na Colômbia, Venezuela, Bolívia, Peru, Paraguai, Argentina, Brasil e nas Guianas. A oeste dos Andes só foi encontrado em Chaco, Colômbia (CONSOLI e OLIVEIRA, 1994).

Relacionado aos hábitos biológicos esta espécie utiliza lagoas, açudes, represas e bolsões formados nas curvas dos rios para o desenvolvimento de suas formas imaturas.

Seus criadouros são, por excelência, de águas profundas, limpas, pouco turvas e ensolaradas ou parcialmente sombreadas, onde suas larvas e pupas habitam as margens, escondidas entre a vegetação emergente ou flutuante e os detritos vegetais caídos na superfície líquida (CONSOLI e OLIVEIRA, 1994).

Nas áreas rurais da Amazônia ele ataca mamíferos de grande porte quando estes pernoitam no peridomicílio, mas o faz em número comparativamente menor que o surpreendido sugando o homem (Oliveira-Ferreira et al., 1992). Costuma atacar o homem, dentro das casas, nas horas mais altas da noite, sendo considerada a espécies de anofelino mais frequente dentro dos domicílios (Deane et al., 1948; Deane, 1986).


No Brasil é encontrado picando durante todo o ano, rareando um pouco no final da estação seca e abundando no final da chuvosa, mais propriamente na transição entre as épocas de maiores e menores pluviosidades (Charlwood & Hayes, 1978; Charlwood, 1980; Klein e Lima, 1990).


Com relação a malária o An. darlingi é, sem dúvida, o principal vetor de malária no Brasil. É vetor primário, altamente susceptível aos plasmódios humanos e capaz de transmitir malária dentro e fora das casas, mesmo quando sua densidade está baixa.


Na Amazônia, onde a malária humana parece estar praticamente confinada no Brasil, An. darlingi é o anofelino que melhor e mais rapidamente se beneficia das alterações que o homem produz no ambiente silvestre. Assim, a colonização desta região do país implica na substituição da floresta por modestas plantações, pastagens ou garimpos, geralmente afasta os anofelinos de hábitos mais silvestres e propicia ambiente muito favorável ao darlingi, provocando grande aumento de sua densidade e, subsequentemente, da incidência do paludismo.


Referências:

CONSOLI, RAGB, OLIVEIRA, RL. Principais mosquitos de importância sanitária no Brasil [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 1994. 228 p. ISBN 85-85676-03-5. Available from SciELO Books.


CHARLWOOD, J.D. & HAYES, J. (1978). Variações geográficas no ciclo de picadas do Anopheles darlingi Root no Brasil. Acta Amazônica, 8:601-60.


CHARLWOOD, J.D. (1980). Observations on the bionomies of Anopheles darlingi Root Piptera: Culicidae) from Brazil. Bull. Ent. Res., 70:685-692.


DEANE, L.M. (1951) Observações sobre alguns hábitos dos adultos de Culex fatigans, o principal transmissor da filariose em Belém, Pará. Rev. Ser. Esp. Saúde Públ., 4:423-464.


DEANE, L.M. (1985). Malária no Brasil. Cadernos de Saúde Públ, Rio de Janeiro, 1:86-94.


DEANE, L.M. (1986) Malaria Vectors in Brazil. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, 81, Suppl. II: 5-14.


DEANE, L.M. (1988). Malaria studies and control in Brazil. Am. J. Trop. Med. Hyg., 38: 223-230.


OLIVEIRA-PEREIRA, Y. N.& REBÊLO, J. M. Anopheles species in the municipality of Pinheiro (Maranhão), endemic area of malaria. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 2000. 33(5): p443-50.





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